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sábado, 27 de março de 2010

CRÉDITOS FOTOGRÁFICOS
Ana Serra
 
Alexandre A. R. Costa / Instalação Talk Talk / Open System1 (Detalhes) na exposição "...nice to see you Ms. Hollow" . 24 de Março de 2010

terça-feira, 23 de março de 2010

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TEXTO DO CATÁLOGO

O Instituto Superior Politécnico de Viana do Castelo apresenta, através da sua Galeria - Oficina Cultural, “Nice to see you Ms. Hollow”, uma exposição do artista Alexandre A. R. Costa (Braga 1973), no Edifício do Centro Académico desta Instituição. Esta exposição que reúne várias
linguagens / suportes, como a Instalação, Escultura, Desenho, Fotografia, Vídeo, Performance, conta ainda com um projecto especial e inédito denominado "Que podes fazer perante o desaparecimento da Utopia?", resultante de um processo de trabalho de artista que se estende ao território da curadoria.

A colaboração nesse projecto e o seu resultado serão visíveis no dia de inauguração. A participação neste projecto chega-nos de três países - Portugal, Alemanha e Espanha - por intermédio dos artistas: Ana Serra, Augusto Costa, Carol Oliveira, Hugo Brito, Javier Tudela, Jorge Fernando dos Santos, Juanjo Fuentes, Martín Caeiro, Miguel Seabra, Paulo Mendes, Pedro Cabral Santo, Ruben Freitas e Tiny Domingos.

Com produção da Oficina Cultural e sob um plano combinado de prática e comissariado do próprio artista, “Nice to see you Ms. Hollow” reúne um conjunto de obras indicativo da complexidade e multiplicidade da actividade de A. R. Costa. A exposição foca trabalhos resultantes da exploração do conceito de “Utopia”, a partir da leitura da célebre obra de Thomas More com o mesmo nome, confrontando-o com ideias de entropia, complexidade, sistema aberto e real. As obras apresentadas são inéditas e demonstrativas do processo de pesquisa em curso do artista. “Nice to see you Ms. Hollow” traduz-se, portanto, numa circunstância singular para ingressar no processo de trabalho inaudito de Alexandre A. R. Costa e descobrir o momento e situação da sua obra.

Alexandre A. R. Costa discorre sobre o mundo actual através de uma perspectiva sistémica e de não fácil acesso, sendo que essa visão se destaca pela apropriação e problematização de iconografias representativas de uma sociedade acrítica, global, consumista e de comunicação. A partir sempre do pressuposto da construção do projecto artístico, a leitura de autores do campo da filosofia, como Wittgenstein, Virilio, Baudrillard ou Perniola, ou de autores relacionados com a física quântica, a teoria dos sistemas, ou a teoria da informação, como Bertalanffy, Shannon, Prigogine, Bernoulli ou Heisenberg, são exemplo das motivações a uma dissecação das incertezas e instabilidades na actualidade dos sistemas do cultural, do social, do real por parte de A. R. Costa. Neste processo crítico, auto-crítico e muitas vezes com uma forte impressão irónica, o artista promove uma reflexão sobre os valores actuais, a forma como nos olhamos a nós próprios e a própria arte, assim como problematiza sobre a precisão do habitáculo e definição desta, apresentando-nos uma prática entrópica reveladora da actual e difícil figura do real e da sua vinculação ao caos.

Para compreendermos melhor este artista e o seu processo de trabalho, há uma outra pista: não há em A. R. Costa um artista pátrio no sentido deste ser confinado ao estudo da cultura portuguesa; há, sim, um artista português que cruza criticamente (confrontando-os) o pensamento maquinal global com a
contingência de uma definição da identidade de ser artista nos nossos dias, e isto ele vê-o independentemente das tradicionais fronteiras sociais e culturais. Estes trabalhos apresentam-se convocando formalmente tanto objectos de utilização do nosso quotidiano social com latência sígnica decadente, assim como “desconstruções” compostas a partir de materiais pobres ou trabalhando sobre a imagem dos mesmos. Textos, frases, símbolos, vinil, um livro, uma singular pá, desenho no papel, na parede, fotografia em papel, na parede, caixas de cartão com selos de correio com as moradas de artistas, etc.

Podemos constatar o recurso a métodos e medias tão dispares como a gravação em estúdio de um álbum experimental, a confecção e a oferta para consumo de um peculiar e gigante bolo com chocolate, ou a produção de um género de “lago” com dimensões admiráveis - onde convida outros artistas a apresentar trabalhos nesse contexto de exposição instável e produzindo padrões de imprevisibilidade -, a performance e os registos audiovisuais de uma conversa com o artista basco Javier Tudela (Vitoria 1960) a partir de um artigo no qual debatem o estado do próprio projecto “participativo” e “relacional” (que Alexandre A. R. Costa propõe com “Que podes fazer perante o desaparecimento da Utopia?”). Todo este complexo universo processual é apresentado com uma particular “depuração estética”, sendo que esta é apenas uma ideia daquilo que poderemos encontrar na Galeria da Oficina Cultural daquela Instituição de Ensino Superior.

Será importante referir que o próprio título “Nice to see you Ms. Hollow” indica-nos uma experiência ao desconhecido e paradoxal mundo da sombra e do transparente, da correspondência e das im-possibilidades da não-comunicação, e daquilo a que Alexandre A. R. Costa se refere como “...um
projecto como a Black Hole Entropy”.

Esta exposição, a sua metodologia e produção é uma abordagem insubmissa às apresentações tradicionais do objecto artístico, incluindo aquelas vinculadas aos mercados da arte, estimulando o potencial crítico nos circuitos especializados e no público em geral, promovendo uma experiência “relacionalmente crítica” no centro do processo prático e teorético de Alexandre A. R. Costa.

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CRÉDITOS
Artista: Alexandre A. R. Costa
Título: Pretty Dirty Liquid (Detalhe)
Media: Fotografia
Ano: 2010



CRÉDITOS
Artista: Alexandre A. R. Costa
imagem da produção da instalação:
"Que podes fazer perante o desaparecimento da utopia?"
Media: materiais diversos
Ano: 2010
                                  
CRÉDITOS
Artista: Alexandre A. R. Costa
Título: Talk Talk (Detalhe 1 da instalação)
Media: Desenho em parede
Grandes Dimensões
CRÉDITOS
Artista: Alexandre A. R. Costa
Título: Talk Talk (Detalhe 1 da instalação)
Media: Desenho em parede
Grandes Dimensões
Ano: 2010

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Alexandre A. R. Costa Braga, 1973.


Depois de nos anos 90 ter optado pela via artística nos estudos secundários, conclui esse percurso na Escola Artística Soares dos Reis, no Porto, seguidamente licencia-se em Artes Plásticas – Escultura na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto [1994-1999]. Obteve posteriormente a Pós-Graduação - [Master of Arts Research programme] com uma investigação em torno das “Site-specific & Public Art Practices at Visual Arts Higher Education”, Surrey-Roehampton University, em Londres. Ingressa no curso do programa de Doutoramento da Faculdade de Belas Artes da Universidade de Vigo [2004], obtendo o Diploma de Estudos Avançados de Doutoramento [D.E.A.] [2005] com o projecto: “Flexibilidade e transmutação da arte como projecto contemporâneo insubordinado ao sentido”. Desenvolve actualmente a sua tese de Doutoramento com o título: “A prática artística contemporânea entre a entropia e a auto-regulação”, sob orientação de Javier Tudela, Doctor em Filosofia e Belas Artes. Desenvolve actividade de Comissariado desde 1998, contribuindo para a divulgação de uma inteira geração de jovens artistas, que actualmente se afirmam no panorama da arte contemporânea, destacando-se as exposições do projecto programático “Artemosferas” e do cluster criativo “Espaço Artes Múltiplas” [2001-2003], no Porto, projecto distinguido pelo Instituto das Artes do Ministério da Cultura e do qual foi membro-fundador com funções de comissariado, programação e produção: “Inaugural” com João Louro, Miguel Palma, João Onofre e Pedro Tudela; “Black out” com Juanjo, Arturo Fuentes ou Fictionary Players, “Flashcontacto” e “Fictional buzzing” com Miguel Soares ou António Olaio, os projectos com Fictionary Players [Alexandre A.R. Costa, Jorge Fernando dos Santos e Miguel Seabra]; “To play and the monkey business”, projecto com Eduardo Matos; “Tropicalia III” projecto com Cláudia Ulisses; “7 artistas ao 11º mês”, projecto com Pedro Cabral Santo; “Regras do jogo da glória”, projecto com Paulo Mendes, etc.. É Fundador e Director do projecto internacional de arte contemporânea: I.M.A.N. - Intermédia, Multimédia, Acção e Nada, projecto apoiado pela Casa das Artes de V.N.F. que conta nas várias edições [2005-presente] com nomes tais como: Jaap Blonk, Julião Sarmento, Ção Pestana ou Bartolomé Ferrando, a par de centenas de artistas em afirmação de carreira. Tem vindo a explorar uma prática artística como sendo um sistema complexo, aberto e dinâmico, expondo e desenvolvendo performances (colectiva ou individualmente) a partir de 1996: Em Portugal [várias cidades], França [Paris, 2006], Reino Unido [Londres, 2003], Estados Unidos da América [Nova Iorque, 2000], Alemanha [Frankfurt, 2000/2002 e Berlim, 2007/2009] e Espanha [San Ildefonso, 2000/2001; Caldas de Reis, 2004/2008 e Pontevedra, 2006]. Paralelamente desenvolve ainda alguns projectos colectivos de relevo nas áreas da música electrónica, artes visuais e performance, tais como: Co-fundador de “PublicPerformedia” [2006-presente]; Co-fundador de “Fictionary Players” [2002-presente]; Convidado para “g.v. – guitarras variáveis” [2007]. Foi docente do Ensino Público na área das artes visuais [1999-2002] e, a partir dessa data, do Ensino Superior Politécnico e Universitário, onde também tem desenvolvido cargos de coordenação, como por exemplo: No curso de Pintura e Escultura do I.S.E.I.T. [2005-2006], Campus Universitário de Viseu, e na Pós-Graduação em Projectos Culturais [2007-2008], Campus Académico de Gaia – Instituto Piaget, onde leccionou unidades curriculares de Arte Contemporânea, Performance, Instalação e Tecnologias, e outras como Ateliers Artísticos [desde 2002] ou ainda Semiologia das Artes ou Gestão do Património Histórico e Cultural [2006-07]. Em [2007-2008] colabora com o Departamento de Expressões Artísticas da Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Viana do Castelo, na Licenciatura em Gestão Artística e Cultural e nos Seminários e Conferências de Práticas das Artes Performativas e Comunicação, Imagem e Som. Em [2008-2009] lecciona na Escola Superior de Tecnologia e Gestão e na Escola Superior de Educação do I.P.V.C., nas Licenciaturas de Gestão Artística e Cultural, Cerâmica Artística e Design do Produto. É regularmente convidado por algumas instituições do Ensino Superior Público como consultor científico/cultural em cursos relacionados com a Arte Contemporânea. Participou e/ou organizou várias Conferências e Workshops, a nível nacional e internacional, como por exemplo: Em [2009] - [orador] “em volta das práticas dinâmicas e do posicionamento do artista contemporâneo”, Encontro Internacional entre Artistas, Cientistas e Tecnólogos – Contextos Transversales, Casa de Campas – ViceReitoria – Campus de Pontevedra – Universidade de Vigo; Em [2008] - [orador] “O universo da performance – O papel das vanguardas no século XX”, Departamento de Comunicação e Expressões Artísticas da Escola Superior de Educação do IPVC - IV Ciclo internacional de conferências; [2007] - [orador] “Da arte. da cidade. do efémero”, com Pedro Cabral Santo, Arte Lisboa07 – Feira Intenacional de Arte Contemporânea de Lisboa; [2007] - [orador] “Práticas de Escultura” Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto; [2006] - [orador] “Reflexões em torno da arte em contexto social e pedagógico”, Iec – Universidade do Minho, Braga; [2002] - [orador] “Interdisciplinary concepts in contemporary art practice”, Arca – Escola Universitária das Artes de Coimbra; [2001] - [orador] "Artistic partnerships, structures and multidisciplinarity" [Ciclo de conferências relações d`arte] Aula magna - Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto; [2001] - [orador] “O projecto Artemosferas” [para os alunos do Mestrado em Estudos Curatoriais da Faculdade de Belas Artes de Lisboa, Espaço Artes Múltiplas, Porto. As suas actividades, tanto referentes à prática artística como de comissariado/organização de exposições são referidas em várias publicações e programas televisivos da especialidade, tais como: [2001/2002] – ARTEMOSFERAS na SIC Notícias (Sociedade das Belas Artes I e II) por João Mc.Donald/ Apresentação de Bárbara Guimarães (Entrevistas); [2005] – I.M.A.N. na RTP 2, Magazine Artes, Consultoria de Óscar Faria; [2007] - [Sobre a Obra videográfica: “Tumbling Fake Business” de 2003, e com texto de análise por Gisela Leal, na 1ª Mostra de Vídeo Arte]. Catátogo/Livro: [Salão Olímpico 2003-2006]. Ed. Museu de Serralves e Centro Cultural Vila Flôr de Guimarães; [1999] – Catálogo: [Alexandre Costa]. Textos: COSTA, Alexandre: “E se…”; Marques, Carlos - Prof. Escultor: “Por entre a agressividade da aresta na Obra de Alexandre Costa”; Sousa Cardoso, João: “Diagramas vagos de fossilização”: sobre a Obra de Alexandre Costa. Catálogo da Exposição Individual de Finalista, FBAUP. Ed. Casa da Cultura/Câmara Municipal V.N.Famalicão -Espaço-instalações-provisórias-museu-do-surrealismo. [2009] – PESTANA, Ção. (Artigo): “Performance en Portugal (un relato personal)” in Chamalle X – Catálogo V Jornadas de Arte de Acción.
Desenvolveu vários projectos de investigação académica no âmbito das práticas artísticas contemporâneas, como por exemplo: Membro de equipa e coordenador executivo dos seguintes projectos de investigação: 1 - SONDA - Viseu (envolvendo centenas de participantes da população de Viseu); 2 - Processos Transdisciplinares: Artes Plásticas e Música; 3 - Artes em Atelier. Desenvolveram-se com a participação e colaboração do Campus Universitário de Viseu, do Instituto Português da Juventude, do Teatro Viriato e do Museu Grão Vasco - Projectos de investigação sob a alçada em 2005/06 – da Coordenação da Licenciatura em Pintura e Escultura do I.S.E.I.T., Campus Universitário de Viseu (I. Piaget) onde desempenhou o cargo de Coordenador Executivo. Outras participações: Membro da Coordenação Cientifica e Pedagógica da Pós-Graduação em Gestão de Projectos Culturais, Campus Académico de V.N. Gaia. Desenvolve várias publicações como por exemplo: Publica com Edição da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão, o Catálogo: IMAN 2005 - um projecto de Alexandre A. R. Costa, ou em 2007 o Desdobrável: Obra Plástica de Augusto Pereira Costa - a partir da construção sonora de 1968, com Ed. BLCS - [Câmara Municipal de Braga e Universidade do Minho]; ou ainda em 2009, o Catálogo da Exposição Individual “Banca de Artista” com Ed. da Galeria Serpente: Porto. Publica vários artigos como por exemplo: [2009] – COSTA, Alexandre. Texto “Sobre um fantasma vencedor e um desembarque em suspenso! Apontamentos sobre Utopia, Entropia e Prática Artística” in Contextos Transversales – o Livro. [2008] – COSTA, Alexandre. Texto “Do input ao output ao input ao output…e outras adopções e vómitos perceptivos” publicado na integra em [www.fictionaryplayers.blogspot.com] (blog do colectivo Fictionary Players) com parte do mesmo publicada no catálogo da XI edição do Kaldarte – Projecto de Arte Pública – Caldas de Reis, Espanha. Edição: Xunta de Galicia. p.10.; [2005] – COSTA, A.  Arte, Regra e o Recreio Social, In inFORMAR 22: Revista de Educação Artística, Distribuição a associados em suporte digital e mini-cd; Edição APEVT, Porto. Encontra-se a terminar a coordenação de uma extensa publicação, um livro sobre os cinco anos de existência do projecto de arte contemporânea IMAN, reunindo registos de várias centenas de obras, actividades e textos críticos.

É actualmente Bolseiro da FCT (Fundação para a Ciência e Tecnologia) para o desenvolvimento da sua tese de Doutoramento na Universidade de Vigo.



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